05 novembro 2010

Preconceitos Quebrados


Um jovem de dezenove anos cristão católico leu um texto que a sua amiga, gay, lhe enviou deste blog, depois ela lhe passou o meu MSN, o rapaz me fez um monte de perguntas e algumas delas resultaram no texto desta postagem. Depois de se apresentar educadamente, se identificar como hetero, perguntou se eu tenho ódio do atual papa. Não, nem desse nem do anterior, não o vejo como inimigo, nem a igreja católica, ele pode ter uma visão da homossexualidade diferente da minha, mas isso não o faz inimigo. Ele é tão pessoa quanto eu, tão filho de Deus quanto eu. Por que ódio? Podem dizer o que quiserem sobre ele, ou ainda o próprio falar qualquer coisa contraria o que penso sobre a homossexualidade, isso não o fará menos humano, menos filho de Deus. Porque ele pensa diferente não significa que é meu inimigo ou eu dele.
Não fico com raiva quando a igreja fala de homossexualidade. Só acho que perdemos tempo e não nos preocupamos com coisas mais fundamentais, o ser humano está destruindo o planeta, a natureza, vamos lutar contra isso. Não vou procriar como gay, mas os filhos de meus irmãos heteros que também terão a mesma sexualidade que ele?  Eles têm todo o direito de viver, de ter um planeta habitável, sei que viver é ótimo, quero que outros vivam e sejam felizes, creio que viemos no mundo pra isso. E frutificar na terra não só diz respeito a ter filhos, mas sim construir sempre um mundo melhor, colaborar para uma vida mais digna. Para que destruir se posso construir e melhorar?
Não tenho medo de um castigo de Deus por ser gay, Dona Zilda Arns morreu em um terremoto no Haiti, posso interpretar esse tipo de morte como castigo? O papa anterior carregou em si um verdadeiro calvário com sua doença, devo interpretar isso como castigo? Dona Zilda viveu fazendo o bem a crianças e idosos, o papa João Paulo II ajudou a derrubar um sistema político opressor sem excitar uma pessoa à violência ou dar um tiro. De meu ponto de vista tiveram mortes duras, mas castigo não. Me sinto verdadeiramente amado por Deus, tento fazer o bem tudo que vir pela frente é só vida, se for pesada ou leve não importa, é vida. Não Creio em um Deus que castiga, mas que ama e ensina a amar, por isso raiva ódio, vingança..., não podem fazer parte de minha vida. Quero deixa claro também que não sou santo.
Não ao creio que nós gays influenciamos outras pessoas a homossexualidade, fui criado no meio de heteros, seguido essa lógica de influência deveria ser hetero. Para mim o mundo não é gay nem se transformará em um mundo só de gays, o mundo só é mundo, e nele há homos e hetros e sempre será assim. Meus melhores amigos são heteros e em nosso meio não há espaço para mentiras, e sei que nada sentem por homens, como creio que um gay não sente nada pelo sexo oposto em relação à atração sexual, assim como eu não sinto.
Sou filho de Deus, como qualquer ser humano vivente sobre essa terra, em mim vive o espírito de Deus e não um demonizinho que me estimula a ser gay. Se há uma influencia demoníaca em alguém ela está em quem é corrupto, explora, destrói para se dar bem, pensa só em si... “Não há arvore má que dê bom fruto”. Tenho meus trabalhos de ajuda a outros seres humanos, alguém do mal faria o bem? “Como pode um reino está divido sobre si próprio?”
Sei que existem padres gays, como também sei que há pastores e outros lideres religiosos na mesma condição sexual, isso não os faz menos homens. O Deus que pregam não é diferente do que os lideres heteros pregam, A sexualidade deles é algo que diz respeito a eles, como a de alguns santos que gente que diz que eram gays. Isso não importa muito, o mais importante  é que eram homens e mulheres de boa índole , de bons exemplos de vida cristã e humana.
Não creio que seminários católicos são depósitos de gays enrustidos, conheço muitos caras casados que são gays, como deputados, prefeitos vereadores, juízes, pedreiros, seguranças, bombeiros, policiais, vagabundos, médicos... Essa coisa de rotular o cara porque entrou no seminário de gay é coisa de bixa neurótica.
Eu considero sim religião importante, não creio que fomos criados pelo acaso, nossa composição tem os mesmos materiais que estão lá fora do planeta terra, no universo, dizer pra mim que isso foi o acaso que fez é absurdo para mim. De onde veio Deus não sei, mas creio em sua existência e a religião é um dos instrumentos que me aproxima dele. Seria importante que as igrejas se abrissem um pouco mais a um trabalho especifico com gays. Se morasse em São Paulo certamente estaria próximo a catedral anglicana.

Meus santos prediletos são tantos. Primeiro minha mãezinha do Céu, Maria, Pedro, Paulo, João... temos tantos bons exemplos. Mas há outros alem deles: Gandhi, Martin Luther King, Zilda Arns, João Paulo II, madre Tereza de Calcutá, Betinho, Chico Mendes, Jeferson Peres, Eloíza Helena, Marina Silva..., mas nenhum deles é Jesus Cristo, tão pouco Deus, porém grandes exemplos.

Finda o rapaz: “obrigado você me parece ser uma pessoa normal e boa...”.  Tento ser, e todo gay também é normal. O que quero para mim, também quero para você, felicidade sempre! Abraço.

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