Algum tem tempo atrás vendo o
programa do Jô ele questionava a expressão risco de vida para quem quer designar
alguém que estava em perigo de morrer, dizia Jô Soares: “... se corre é perigo
de morte”. Depois desta observação de Jô vejo que os repórteres mudaram suas
matérias usando também a expressão perigo de morte. Para mim a mudança foi
sensata, afinal quando estamos em situação de perigo não corremos o risco de
viver e sim morrer.
Digo isso porque há algumas
expressões que não consigo “engolir” uma delas é a palavra opção sexual
defendida por grupos militantes em defesa gay, como se de fato tivéssemos
escolhido algo. Como escolher ser gay? Como escolher ser apontado na rua?
Discriminado por muito, às vezes até por membros de nossa família? Como
escolher ser um algo que muitas vezes é vitima de violência na rua? Talvez até
ajam pessoas masoquistas que podem fazer escolha por algo destruidor a si. Opção
significa. f. 1. Ato, direito ou faculdade de optar. 2. Preferência. 3. Livre
escolha.
Outra expressão que não “desce
garganta a baixo” é a palavra orientação sexual ao falar sobre
homossexualidade. Certa vez um amigo colocou uma venda no rosto de sua mãe e a
conduziu até o local de uma festa surpresa, um amigo professor orientou três
pessoas carentes no estudo para que tivessem êxito no vestibular, a madrinha de
meu amigo o encaminhou na vida para que não tivesse uma vida adulta de
desconforto. Isso sim é orientação. Orientação s. f. Ato ou arte de orientar
(-se). 2. Direção, guia.
A quem diga que em nível de
sexualidade, ser gay, pode ser até mesmo influência, coisa que também discordo
inteiramente. Como eu fui influenciado a ser gay se nunca convive com outros
gays? Se tivesse alguma influência nesse sentido eu deveria ser hétero, pois
meus pais e meus irmãos são todos héteros.
Influencia s. f. 1. Ato ou efeito de influir. 2. Ação que uma pessoa ou
coisa exerce sobre outra. 3. Prestígio, preponderância. 4. Autoridade moral.
Há quem se justifique usando da
psicologia para firmar tais conceitos, defino isso como “psicologismo”, pois
creio que a homossexualidade seja simplesmente condição humana. Sou gay, não
fiz opção por isso, não fui orientado, não fui influenciado por ninguém. Essa é
minha natureza, meu ser, minha identidade... Se há pessoas que se satisfazem
pela expressão opção, orientação, influência tudo bem, isso é com delas, como
Jô, creio que há palavras e expressões que não dizem nada daquilo que se propõe
e isso só irá mudar quando usarmos a palavra correta para falarmos o que
queremos realmente expressar.
Não
sou nenhum gênio, mas é lógico que temos muitos erros de expressões que devemos
ter coragem de mudar, e só muda a história quem é capaz de refletir sobre a
vida e defender aquilo que nos parece correto. Usar uma palavra que não
expressa essencialmente o que ela é não é nada inteligente.