Depois de anos fazendo férias por
outras localidades, iniciando o ano de 2016, resolvi me aventurar aqui mesmo
pela Amazônia, em um dos percursos, antes de voltar para a minha cidade, fiz em
um dos rios desta região do Brasil, já queria fazer isso a alguns anos e senti
saudades das paisagens ribeirinhas, e por aqui nas viagens mais longas de barco
sempre os passageiros usam redes para descansar, ao aportar em uma cidade um
rapaz que aparentava não mais que 18 anos, aqui chamo de Vitor, armou sua rede
ao lado da minha. No deslocamento as pessoas costumam sempre trocar ideia umas
com as outras, Vitor não foi diferente, perguntou quanto tempo demorava de
viagem, perguntou de onde eu era, brincou com meu sotaque, e acabou falando
sobre sua vida.
Ele é homoafetivo, e me contou que
se sentia mal, como se estivesse fazendo algo muito errado por gostar de homens
e não de mulheres como ele acredita ser “normal”, mas que não conseguia deixar
de sentir aquilo, não sabia como falar para família sobre aquilo e certamente
ela não aceitaria...
Ninguém entra em uma fila e pede a
Deus para ser homo, pelo menos nunca vi, não se decide ser, nascemos assim e
ponto. Certamente há muita gente que se tenta enganar, as vezes casam com o
sexo oposto por diversos motivos, alguns levam uma vida dupla, outros conseguem
carregar essa “ambiguidade” interna por toda a vida mesmo se sentindo infeliz, outros
traem seus parceiros ou parceiras, outros se unem ao sexo oposto depois de algum
tempo separam..., outros tantos sofrem por algum tempo mais enfrentam a vida
como ela é.
Algo, que creio ser fundamental
para a vida, não é ficar se martirizando por gostar de pessoas do mesmo sexo,
creio que mais fundamental é ser uma pessoa equilibrada, ter seu parceiro ou
parceira, ser fiel, ter caráter, dignidade. Assim como há homos promíscuos, há héteros
na mesma condição, não é o que aconselho, mas respeito, sabe deus o que se
passa com a vida de cada um. Pior é ser infiel a si próprio, buscar uma vida
que não vai te fazer feliz nem a teu parceiro do sexo oposto só porque a
maioria pensa que “normal” é ser hétero.
Sobre falar sobre si a família, repito
o que já disse em textos anteriores, héteros não precisam falar que gostam do
sexo oposto, sendo assim não vejo motivo para um homo fazer o mesmo. Se não te
aceitarem pelo menos devem te respeitar, outra coisa você não pode passar tua
vida inteira na dependência da aceitação do outro.
Há coisas
fundamentais na vida, não devemos nos apegar ao sofrimento, viva sua vida com equilíbrio,
dignidade, respeito, construindo sempre algo de positivo para si e para o
outro, isso sim é viver a vida com integridade.
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