
Eu o trato com naturalidade, de igual para igual, claro que ele deve ter um controle maior com a saúde, tento ser apoio para ele nesse sentido, leio, faço pesquisa, cobro da instituição se for preciso sobre seus direitos etc.
Ele é um homem consciente, gosto de está em sua companhia, percebo-o como mais um cidadão na sociedade. Nesse processo de aprender a lhe dá com alguém que vive com o HIV aprendi muito e tento contribuir, ele sempre comenta comigo sobre pessoas se põem na sociedade como vitima por ter o vírus, e pior ainda são aquelas que discriminam outras pessoas por não ter.
Não consigo entender como alguém que sofre com algo deste tipo (preconceito) é capaz de usar da mesma agressão com outros que lhe cerca. Não entendo para que vitimizar-se, não se inserir na sociedade como outro qualquer. Não entendo porque muitos entram em seus “casulos” para discutir seus problemas e com a participação de todos que está fora dele, afinal estamos todos em um mesmo planeta, uma mesma sociedade.
Se uma pessoas tenta levantar um elefante certamente não ira conseguir, mas com a ajuda de todos essa tarefa irá fica mais leve. 'Sempre acreditei em um mundo mais humano e igualitário, isso antes de eu ter AIDS', essas são palavras do meu namorado. Refleti nesse trecho do seu discurso em um diálogo nosso e vi que a gente precisa desconstruir a idéia de lutar contra o preconceito sendo apenas eu a lutar, todos nós podemos de forma mais consciente trazer reflexões de assuntos emergenciais do dia-a-dia e um deles é o preconceito, hoje ele tem AIDS, amanhã ele pode não ter, mas nesse momento precisamos curar uma outra AIDS, essa outra é assustadora, ela não só mata quem vive como mata toda a sociedade, dei até um nome a ela AIDS partindo do préconceito, um termo meu, mas essa é a doença mais grave que temos que enfrentar, a exclusão social pela sorologia, vamos eu e ele ser incessantes já que sou consciente que não tenho AIDS no sangue, mas no coração estou infectado e vou morrer lutando contra o preconceito.