Algum tempo atrás vi uma entrevista do Prof. Waldo Vieira falando sobre homossexualidade, não senti preconceito de sua parte, até falou com certo orgulho de outro grande amigo e mestre de sua religião, bem conhecido por sinal, que também era gay. O que me chamou atenção foi uma observação feita por esse homem, onde ele diz: “tenho pena, pois a maioria dos homossexuais vive em um estado de insatisfação..., há uma carência permanente..., nunca conheci um casal gay completando bodas de ouro..., casam mais que Elizabeth Taylor (http://www.youtube.com/watch?v=K7U92-ndi3M )
O trecho me chamou atenção pelo fato de não falar uma neurose, de uma realidade inventada. É bem real o fato de muitos gays viverem em estado de insatisfação constante, porém acontece com aqueles que não procuram ocupar seu tempo de modo mais produtivo, com outras atividades como estudar, aprender, ajudar algum grupo humanitário, praticar esporte, dançar, ler escrever... Um ditado popular diz: “cabeça desocupada oficina do diabo”, creio nisso, a maioria dos heteros não vivem sempre atrás de sexo, porque trabalham, têm que cuidar de seus filhos, estudos... Para mim, também, quem vive procurando parceiros a toda hora, não seja um cara muito normal, se for um cara normal é porque emprega mal seu tempo, isso também se vê no meio de heteros, tenho um irmão que casou pelo menos quatro vezes, o cara só trabalhava e o restante do tempo ficava com a mente desocupada.
Não quero dizer com isso que gays sejam vagabundos, não é por aí. Mas em nosso meio tem muita gente vivendo na ociosidade que leva a cabeça a varias possibilidades, a mais fácil delas é buscar sexo. Vamos estudar galera, invés de perder tempo pelas ruas, caçando em site de relacionamento ou no bate papo do UOL, vamos estudar inglês, espanhol, filosofia ou qualquer coisa que você goste, vá fazer parte de algum tipo de grupo de defesa da vida, dos gays, do planeta, de uma ONG...
Outro ponto: vejo nas gerações de gays mais novos, como também entre rapazes héteros que há um romantismo maior que em gerações anteriores, aparentemente carregam em si um maior valor de fidelidade conjugal (querem ser fiéis), garotos querendo perder a virgindade com alguém que de fato amam, diferente de épocas passadas onde ser gay era necessário ficar na clandestinidade (em muitos lugares ainda será por muito tempo). Creio que no futuro, quando a sociedade for mais aberta ao convívio de casais gays será muito mais fácil vê-los completando até bodas de diamante.
]Portanto, creio que gays do tipo Elizabeth Taylor, que encontramos hoje a procura de sexo compulsivamente, são frutos de uma sociedade preconceituosa que não nos aceita completamente, como também no ócio (é claro que há outras influências). Não tenho nada contra quem tem o ócio como estilo de vida, mas isso significa parar no tempo, não crescer, é morrer ainda vivo, está fechado a novidades, novas aprendizagens, novas possibilidades... Felicidade não depende de sexo a toda hora, mas de minha disposição interna de encontrá-la.